Sistemas de arquivos são muitos importantes, pois eles vão nortear o tempo de resposta que nosso HD ou SSH vai responder a funções tais como cópias de arquivos, backups e e muitas outras. O sistema operacional instalado vai reagir também de maneira positiva ou negativa a escolha que fizermos.
A maioria das distribuições Linux atualmente mantem a instalação padrão em Ext4, mas o Btrfs está tomando cada vez mais lugar, e correndo por fora, existem opções como o F2FS e o XFS, mas não são todas distribuições Linux que dispõe do mesmo durante a instalação, então segue essa matéria mostrando como converter o sistema de arquivos do seu sistema mesmo depois de já estar instalado.
Aqui no exemplo vou converter uma partição do sistema pra F2FS, faça um backup antes é claro e tenha um pen-drive bootavel com outro sistema, caso algum passo de errado. Primeiro passo para converter a sua partição “/” será necessário iniciar o sistema por um pen-drive bootavel e entrar no modo live de uma distro Linux. Um sistema bom pra fazer essa conversão que já possui suporte nativo de instalação com F2FS é o Artix, mas pode usar um Ubuntu ou Fedora também e de preferência que tenha o Gnome discos instalados, e então você precisa ter o pacote fstransform instalando no seu sistema, se for base Ubuntu use o seguinte comando:
sudo apt install fstransform
Lembre-se de substituir “/dev/sda2”, nos comandos abaixo, pelo identificador da partição que você deseja converter.
Primeiro entre em modo root para poder fazer o procedimento sem problemas com:
sudo su
Então, realize uma verificação da integridade na partição que você deseja converter:
fsck.f2fs -f /dev/vda2
Converta a partição para F2FS (no meu caso foi a partição nvme0n1p3):
fstransform /dev/sda2 f2fs --force-untested-file-systems
Editando o arquivo “fstab”
Agora vamos montar a partição convertida no sistema que está em modo live:
Abra o GNOME Disks e selecione a partição que você acabou de converter, para visualizar as informações sobre a mesma. Em seguida, execute o comando a seguir para poder editar o arquivo “fstab”:
nano /mnt/etc/fstab
Com o editor de texto “nano” utilize as setas do seu teclado para navegar pelo texto e os comandos de copiar e colar são, respectivamente: “Ctrl + Shift + C” e “Ctrl + Shift + V”.
Siga os seguintes passos:
Copie o código UUID da partição convertida (1) e cole-o no lugar do antigo código UUID no arquivo “fstab” (2);
No campo 3: substitua “ext4” por “f2fs” e adicione o parâmetro “defaults” seguido de “0 0”. O campo 3 do seu arquivo “fstab” deve ficar idêntico ao da imagem abaixo.
O arquivo de swap original não irá mais funcionar com a partição em F2FS, então vamos gerar um novo “swapfile” mais tarde. Por isso, apague toda a linha que contém as informações sobre o arquivo de swap (4).
Pressione “Ctrl + O” seguido de “Enter” para salvar as modificações e “Ctrl + X” para sair do editor de texto.
Editando o arquivo do GRUB
Com o comando a seguir, utilize o “nano” para abrir o arquivo de configurações do GRUB:
nano /mnt/boot/grub/grub.cfg
Pressione “Ctrl + W” para realizar uma pesquisa no editor de texto nano e, no campo de busca, digite “insmod ext2” seguido de “Enter”. Isso fará o nano destacar todas as ocorrências do termo pesquisado. Você pode utilizar o atalho “Alt + W” para avançar para a próxima vez que o termo pesquisado aparece.
Substitua todas as aparições de “insmod ext2” por “insmod f2fs” conforme imagem abaixo:
Pressione “Ctrl + O” seguido de “Enter” para salvar e “Ctrl + X” para sair do nano.
Realize um “chroot” para acessar o sistema instalado
Agora, através do terminal, precisaremos acessar o sistema instalado na partição que acabamos de converter. Além disso, para evitar problemas relacionados ao SELinux quando você for iniciar o sistema instalado, rode o comando a seguir:
touch /mnt/.autorelabel
Monte as pastas necessárias para a utilização do “chroot”:
mount -t proc none /mnt/proc && mount -t sysfs none /mnt/sys && mount -o bind /dev /mnt/dev && mount -o bind /dev/pts /mnt/dev/pts
Acesse o sistema instalado através do “chroot”:
chroot /mnt bash
Atualize as configurações do GRUB
Como realizamos modificações no sistema de arquivos da partição “/”, será necessário atualizar as configurações do GRUB. Caso contrário, o mesmo não irá inicializar.
Também temos que remover o antigo arquivo de swap:
rm /swapfile
Para atualizar o GRUB, se o seu sistema estiver instalado no modo “BIOS Legacy”, utilize os seguintes comandos:
grub-install /dev/vda2
grub-mkconfig -o /boot/grub/grub.cfg
Se o comando acima não funcionar, utilize:
grub2-mkconfig -o /boot/grub2/grub.cfg
Se o seu sistema estiver instalado em UEFI, rode os comandos:
mount /boot/efi
grub-install --efi-directory=/boot/efi
grub-mkconfig -o /boot/grub/grub.cfg
Se o comando acima não funcionar, rode:
grub2-mkconfig -o /boot/grub2/grub.cfg
Utilize o comando “exit” seguido de “Enter” por três vezes consecutivas para fechar o terminal da maneira correta e reinicie o sistema. Desta vez, inicie o sistema instalado e não o modo live.
Recriando o seu arquivo de swap
Este passo não é necessário se você estiver utilizando uma partição de swap. Porém, se você está utilizando um “swapfile”, siga os passos a seguir.
Entre no modo “root” do seu sistema e acesse a pasta raiz:
sudo su
cd /
Crie um subvolume para o novo arquivo de swap e atribua os parâmetros necessários:
u
truncate -s 0 ./swapfile
chattr +C ./swapfile
f2fs property set ./swapfile compression none
Gere um novo arquivo de swap. Você pode substituir “2048”, no comando abaixo, pelo tamanho que você deseja para a sua memória swap.
dd if=/dev/zero of=/swapfile bs=1M count=2048 status=progress
Atribua as permissões recomendadas para o novo arquivo e transforme-o em um “swapfile”:
chmod 0600 /swapfile
mkswap /swapfile
Ative o seu novo arquivo de swap:
swapon /swapfile
Adicione o novo “swapfile” no arquivo “fstab”
Abra, novamente, o arquivo “fstab”:
nano /etc/fstab
E, no final do mesmo, cole a linha a seguir:
/swapfile none swap defaults 0 0
Salve as modificações com “Ctrl + O” seguido de “Enter” e “Ctrl + X” para fechar.
Reinicie o sistema, e pronto! A transição de EXT4 para F2FS está completa.
Se estiver satisfeito com o resultado, você já pode apagar a pasta de backup “ext2_saved” da raiz do seu sistema.
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